Uma Noite Sem Estrelas

 Ana e Paulo se encontravam deitados no jardim público, tão lindo, mas tão vazio. Toda vez que eles estavam juntos, alguma coisa acontecia: a noite sempre estava cheia de lindas e brilhantes estrelas. Estrelas em todo lugar, enfeitando o céu de uma forma mágica e especial.

 "Eu te amo tanto, minha Lua. Eu te amo mais do que poderia", diz Paulo. Lua é o apelido que ele deu para Ana, quando começaram o namoro. "Eu te amo, minha Estrela. Te amo como amo o céu, de forma natural e mágica", diz Ana. Estrela é o apelido de Paulo. Quem diria que o céu não teria mais essa forma mágica?

 Depois de beijos e abraços, eles se despediram, cada um indo para sua própria casa. Eu não sei como eles se amavam tanto, mas era tão mágico e especial, como se fosse uma ligação natural. O amor deles era grande como o sol, lindo como as águas do Havaí e resistente como o céu.

 Eles gostavam de se encontrar a noite, comprar presentes e bombons, deitar juntos no jardim e observar as estrelas, abraçados, ouvindo Ed. Sheeran. 

 Os dias se passaram desde o último encontro e já estava na hora de outro encontro. Porém, algo aconteceu. A noite ficou sem estrelas. 

 Ana apenas lembra de uma chamada no celular, uma ida no hospital e o amor de sua vida morto. "Ele sofreu um grave acidente, um ônibus o atropelou. Não pudemos fazer nada." Disse o médico ao seu lado, observando o corpo de Paulo. 

 Medo, raiva, angústia, solidão. Ana foi até o corpo de seu amor, agora morto, o beijou, e saiu correndo. Corria sem pensar, com esses sentimentos gritando dentro dela. Foi até a ponte.

 "Eu vou te encontrar, não vou te deixar sozinho no céu" Ana falou, pulando da ponte. Indo para a morte. Mas Ana não pensava em nada disso, Ana só pensava em uma coisa:

 Ninguém deveria ter uma noite sem estrelas.